
Aterro do Flamengo – RJ – 1940
📸Pierre Verger
Como o trem das onze que não veio, nós dois no telhado olhando a terra girar.
Sinto falta do chá feito pra nós…
Daqui, mudei as ervas, os comprimidos, os banhos, os ouvidos, as escritas.
Os incômodos, agora falam comigo, e os pesadelos, são meus velhos conhecidos.
Eu adormeço em Santana,
E tu amanhece em meus braços.
Pego-te, cheiro-te e recolho minha significância, como a flor do jardim que não existe.
O olhar sereno e forte, o brilho ilumina o dia. É o ser consciente, delicado e totalmente bruto. É contraditório, eu sei. Mas, tudo que nos envolve é. Ainda que envolvimento não há.
Sua história, sua jornada, sua trajetória, nada mais será tão ignoto, quanto as próprias escolhas.
Não sei por quanto tempo posso te sentir em meu ser. Não tenho dormido, automaticamente, não consigo te trazer para os sonhos. Sua presença, embora aqui, passeia em pensamentos oscilantes.
Estou à tomar o café da manhã que não bebemos… Lendo as cartas que não escrevo, relendo os sonhos de luz e medo, dos lugares onde nunca estive, mas, sempre vivi.
Os pássaros continuam estacionados nas rochas, como quem grita o preço da nossa liberdade…
Amor, tu és livre! Libre!
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