Senti saudade das muitas vezes que ficávamos olhando as estrelas do céu, tentando enxergar a galáxia que ajudaria a encontrarmos-nos neste mundão chamado, Terra.
Senti saudade de lábios sedosos, que abrirá o céu rompido, e transformará o sal seco do rosto, em chuva suave de meteoros.
Senti saudade de céus azuis, pintados com o ouro dos cabelos. Saudades de olhares leves, certeiros, dos encantos, da magia que rola e desrola.
Sinto saudades das lembranças, de algumas vivências e das recompensas. Da busca, da troca, dos sonhos, do encanto do velho menino. Da nova criança!
Ah, quanta saudade senti do corpo bronzeado, enfeitado de conchas, brincando a infância com os siris, beijando o mar, engolindo o sal, desnorteando os véus.
Eu senti saudade dos piques dos finais de semana, do peixe sagrado da sexta-feira, do baile encerrando o domingo, do namoradinho trazendo pastel.
Ah, como sinto saudade dos nossos natais, das suas freiras, das missas lá na escadaria, da festa do Santo Antônio, dos biscoitos autênticos de nata, dos festivais de balões, da programação do domingo.
Sinto que sinto sentir esse sentimento!
Saudade da minha abuela!

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