De todas as interfaces da vida, adianta-se entre um compromisso e outro, e goza, nos desejos mais imperitos.
Sinta o ar que abraça, e entrelaça a pele, em doses extremas, na tensão.
Sinta a eletricidade do copo chocar-se com cada vontade única que a mente atiçada provoca.
O corpo ferve, a boca saliva por mais uma dose, em meio ao cômodo vazio, frio, impetuoso.
Não importa, o gosto do gozo. Garanta, o que conserva a brasa, sem o ar presente. Guarda as lenhas.
Inspira!
O copo quer envolver-se dentro do suspiro, do suor, na respiração ofegante, o copo quer adentrar o prazer que palavras e sentimentos não descreveriam.
O copo quer atingir o êxtase, em cada detalhe possível, quer aspirar todos os desejos invisíveis, quer arrepiar os neurônios, mais do que os pêlos.
O copo quer o aroma do toque.
Quer a fumaça provocada no calor dos lábios, sobre o frio da pele, o ardor do copo. O copo declama os versos.
O copo anseia o calor, do verão de agosto.
Veja, o brilho do copo, em sóis reluzentes, que aquecem, o coração, o espírito, a mente, as vontades.
Clareza escorre no rosto, na boca, no pescoço, no peitoral, uma fonte para os olhos.
Expira!
Em um piscar dos olhos, tudo escorre, e o poço exploratório derrama mais das amarras.
Discorre, Amor.
Sobre o ventre, sobre as pernas dormentes, sobre o beijo silenciado.
Espalha o perfume da liberdade que tens, e, em tempo, com prolongas, doa-se por inteiro, para nós.
Goze!
O silêncio chega, novamente.
Desta vez, esparramado no suspiro da bebida e da saudade vencida.
Doses do gozo, perdi a sede.

📷 Copo das Estrelas – olha a Cassiopéia e sua filha rabiscando. – Via CognitiveSurplus